Para iniciar essa história, vou começar contando sobre mim.

Em 2015 na fila da Magnólia Bakery, NY – local icônico da série Sex and the City

Desde criança sempre amei moda, mas sem saber exatamente o que era bem isso. Eu desenhava mulheres “eu chamava de bonequinhas”. Desenhava mulheres com muitos looks e em diversos momentos de seu dia. Eu desenhava muitas mulheres. Poderia passar todo o meu período vago fazendo esses desenhos e criando histórias para elas.

De uma maneira natural, eu sempre me interessei por roupas e por coisas bonitas. Tive minha fase skatista e hippie no início do ensino médio, mas sempre voltava para as raízes: revistas de moda.

Eu era (e sou até hoje) alucinada por revistas de moda. Quando a revista Estilo foi lançada no Brasil, foi um sonho para mim. Aquela revista era a minha bíblia. Naquela época eu já montava looks evoluídos, fazia troca de roupas com uma das minhas primas que também era super fashionista, e já montava guarda-roupas e looks para minha irmã e amigas. Nunca na minha vida, eu imaginaria que isso seria uma profissão.

Então, mesmo sendo super conectada a moda eu nunca imaginei em trabalhar com isso, pois simplesmente nunca tinha parado para estudar e entender do que exatamente se tratava essa indústria.

Terminei o estudo médio sem saber muito o que fazer de faculdade, prestei vestibular de: Biologia, Economia, Desenho Industrial e Educação Artística. Nesta época, com 17-18 anos, deu para perceber que não sabia mesmo o que fazer. Só tinha uma coisa certa: eu precisava fazer faculdade de algo que me gerasse um bom emprego. Nessa altura, moda nem era cogitada.

Kamila Fortunato e a modaLook usado para uma reunião de trabalho

Resolvi então fazer um ano de cursinho, e neste período ainda sem saber o que fazer, conheci um amigo formado em Química, que trabalhava na indústria estava super bem sucedido e ganhava muito bem. Eu de fato, nem sabia o que se fazia neste mercado, mas fui pesquisar e vi as inúmeras possibilidades de atuação na área, gostei delas e resolvi tentar.

Iniciei a minha graduação e no terceiro mês de curso, quando eu já pensava em desistir, eu consegui um estágio na indústria química e que foi o meu único emprego nesta profissão por 20 anos.

Nesse período eu segui amando moda, alucinada em revistas e depois comecei a descobrir ferramentas incríveis na internet e os blogs de moda.

Entre 2006-2009, havia uma ferramenta chamada Fashion Me (não sei se ainda existe hoje da maneira que era). Era uma espécie de rede social em que tinha uma ferramenta em que era possível montar looks, como aquelas fotos de still que vemos em revistas, postar, e havia uma interação entre as meninas dessa comunidade.

Aquilo era o máximo para mim. Passava todo o meu tempo livre ali criando looks. Eu amava aquilo. E nessa época eu já acompanhava (a distancia) as semanas de moda internacionais. Me lembro de um fevereiro em que as meninas que eu era conectada na plataforma estavam postando looks de Carnaval, e eu postando “meus looks” na semana de moda de NY.

Em 2012 eu criei o meu próprio blog de moda onde eu falava dos desfiles, looks, assuntos de moda, e alguma coisa sobre o meu estilo de vida. 2 anos depois eu encerrei o blog jurando que nunca mais faria nenhum, até que conheci a minha mentora de marketing do meu negócio, e ela me mostrou a importância deste canal.

Cenas do meu antigo blog

Em 2015 após uma viagem para NY (parece cliché) eu voltei com a certeza de que eu iria deixar a minha carreira na indústria química e migrar para a moda. Era o que eu amava, era o que me fazia brilhar os olhos, era o que nunca me cansava, era o que me mantinha inspirada.

E tinha uma coisa em mente: tinha que ser algo com propósito.

Nesta época, na minha carreira como Química eu estava muito ligada à sustentabilidade na indústria, e ali vi que esse seria o caminho: moda sustentável.

Continua na parte 2

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